A UNESCO recomendou que Veneza seja adicionada à lista de património mundial em perigo. E pediu às autoridades italianas que intensifiquem os esforços para proteger a cidade histórica.
Para a UNESCO, Veneza corre o risco de “danos irreversíveis” devido a uma série de questões que vão desde a mudança climática até ao turismo de massas.
“Os efeitos da deterioração contínua devido à intervenção humana ameaçam causar mudanças irreversíveis no valor universal excecional da propriedade veneziana”, alertou.
A agência da ONU deu exemplos e falou da construção de arranha-céus, que contribuíram para “um impacto visual negativo significativo” na cidade dos canais.
“Além disso, os efeitos combinados das mudanças naturais e induzidas pelo Homem estão a causar deterioração e danos em estruturas construídas e áreas urbanas”, acrescentou.
Um recente projeto de resolução preparado pelo Comité do Património Mundial disse que não houve “um nível significativo de progresso na abordagem das questões persistentes e complexas” relativas a Veneza.
O documento criticou as “ainda insuficientes medidas” propostas por Itália para mitigar a situação.
Há dois anos, o Governo italiano proibiu navios de cruzeiro de navegarem nas águas do centro da cidade, no entanto desde então não foram adotadas mais regras de proteção.
Entre elas, continua na gaveta o plano de reservas pagas de entrada no centro de Veneza, que tem sido sucessivamente adiado e, tudo indica, só deverá ser aplicado a partir de 2024.
Isto num ponto turístico que só o ano passado recebeu 3,2 milhões de visitantes, segundo dados oficiais, dados que apenas incluem quem lá pernoitou e não quem lá esteve apenas de passagem.
Com a inclusão de Veneza na lista de património mundial em perigo, a UNESCO espera “maior dedicação e mobilização das partes interessadas locais, nacionais e internacionais.”