Queda de água de Nervion (Ricardo Cabello Torres / Wikimedia)

Há um País Basco desconhecido que quer deixar de sê-lo. E que tem o melhor do Mundo para oferecer: vinho e sal, do mais puro, envoltos em Natureza.

Salinas de Añana (Basotxerri / Wikimedia)

A paisagem é em terraços, feitos de bacias brancas a brilhar sob os raios de sol. Insólita. Porque fica a 574 metros de altitude, num vale com 7000 anos de história à roda da exploração de sal.

Falamos das salinas de Añana, escondidas num País Basco mais desconhecido do que o restante, um País Basco sem mar mas com sal. Porque já foi mar. Hoje não é, mas produz sal eleito por chefes com estrela Michelin por salgar pouco

Ora estas salinas únicas no Mundo ficam a meia dúzia de horas de um passeio de carro desde Portugal e são apenas uma das maravilhas que a província basca de Álava tem para mostrar. E quer mostrar. Aviso: a região foi considerada um dos 50 melhores destinos do Mundo segundo a National Geographic.

Centro Histórico (basotexerri/Wikimedia)

A começar pela sua capital, Vitoria, berço de uma das catedrais mais imponentes. “O menos importante é o templo. O mais importante são as vistas que oferece e a história que encerra e conta”, disse María Nanclares Caballero, vereadora do turismo da Câmara Municipal de Vitoria-Gasteiz, na apresentação do destino que decorreu no Porto.

Começou por ser uma igreja fortaleza, nos idos anos do século XIII, e acabou concluída no século XV em estilo gótico.

À volta dela e antes das muralhas há ruas de um bairro histórico bem conservado e repleto desse outro património único dos bascos: os maravilhosos pintxos, aqui elevados pela tradição de cozinha que marca a província, berço da descoberta de muitos chefes de renome que ali vieram participar num curso de cozinha com cozinheiros franceses. Entre eles, Ferrán Adriá.

Cuesta de San Vicente em Vitoria (AMartinez365/wikimedia)

Com os pintxos, prove-se o Rioja Alavesa ou, para maior frescura, um txakoli. E parta-se à aventura pelos terrenos que os vêem nascer, numa sucessão de vinhedos com quintas de excelência, uma delas saída do traço de Frank Ghery.

Diria Cristina González Calvar, deputada do Turismo de Álava, “falta” à província “um filme de Hollywood para sermos a Toscânia”.

O verde e a Natureza são mesmo a imagem de marca deste País Basco desconhecido, cuja capital, onde vivem 80% dos habitantes, está rodeada de um Anel Verde à distância de uma caminhada, onde se entra em bosques à volta de lagos e se pode andar de bicicleta como se ali fosse o meio do monte – não será por acaso que Vitória acolhe um dos Ironman mais famosos da Europa.

Vitória foi capital verde europeia há dez anos e é aquela ponde mais se usa bicicleta em Espanha, apesar de ser a cidade mais industrial do país.

E Álava oferece mais de mil quilómetros de “vias verdes” para caminhar, correr ou andar de bicicleta. E cinco parques naturais para respirar e a queda de Nervión, a maior da Península Ibérica com os seus 222 metros.

Pelo meio, dezenas de aldeias com pouca gente mas cheias de alma para partilhar, com templos únicos, passado neolítico e romano, e restaurantes com a melhor gastronomia. E, de regresso à capital, museus variados, como o das cartas, e a arquitetura que inspirou Ken Follet para “Os Pilares da Terra”.

Pode chegar-se a este País Basco desconhecido de carro ou em voo direto para Bilbau, que fica a 65 km de Vitoria.

 

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