Foto: Alberto Peña/AFP

Depois de décadas de destruição progressiva, as densas e ricas florestas da Guatemala estão a ganhar nova vida.

Na reserva da Biosfera Maia, são os próprios habitantes locais que levam a cabo a tarefa de recuperar para a natureza o que se foi perdendo no tempo devido, entre outros fatores, à exploração agrícola selvagem e às criações ilegais de gado.

A Biosfera Maia cobre um quinto da Guatemala e é o maior do género na América Central, com 2,1 milhões de hectares.

O projeto comunitário que a visa reabilitar tem um ano e procura, também, garantir que os 200 mil habitantes da região, na grande maioria indígenas, possam continuar a lá viver e a praticar agricultura sustentável.

“As pastagens são o nosso maior desafio”, conta à agência AFP Leon Acosta, morador local e um dos muitos que com as próprias mãos tem ajudado a recuperar a reserva natural.

Foto: Johan Ordoñez/AFP

“Estamos a recuperar árvores nativas, como cedros”, destaca Acosta, que faz parte do grupo de comunidades florestais Selva Maya del Norte, o qual colabora de perto com o Governo da Guatemala e a Wildlife Conservation Society (WCS).

Situada junto à fronteira com o México e o Belize, a Reserva da Biosfera Maia, viu a desflorestação aumentar de 20% da sua área total em 2000 para 33% em 2022.

Alberga uma variedade de vida selvagem, lagoas e riachos que alimentam ecossistemas inteiros e dá um contributo vital para absorver o dióxido de carbono que aquece o planeta.

Também abriga a cidade maia de Tikal, que atingiu seu auge entre 200 e 900 DC e é hoje o principal marco arqueológico da Guatemala e Património Mundial da UNESCO.

Apesar dos contratempos, mais de 157 mil hectares de terra foram recuperados na reserva nos últimos 10 anos, dos quais quase um terço foi reflorestado, de acordo com a WCS.

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