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O que faz alguém parar numa banca de jornais e levar a revista Volta ao Mundo para casa? Se lhe disserem que têm a resposta certa para esta pergunta, deixe algum espaço para a dúvida. Não há receita infalível para chegar à mente dos leitores, principalmente quando estamos a falar da nobre arte de vender sonhos.

No campo dos desejos, não há regras. Aquilo que atrai a leitora do Porto não é o mesmo que seduz um seguidor do Rio de Janeiro. Se Marrocos é garantia segura para conquistar um viajante com menos de 30 anos, já uma turista de 60 e muitos pode não achar piada nenhuma ao deserto e às mesquitas e seguir o seu caminho sem pensar duas vezes. Ou vice-versa.

Ao longo dos anos, essa tem sido uma discussão frequente nesta redação: o que pôr na capa e de que forma isso pode catapultar as vendas de uma revista com 25 anos de mercado e que já esteve praticamente em todo o lado? É a proximidade, disseram uns. É o fator aspiracional, disseram outros. São os destinos de vida selvagem, é gente na capa, é o exotismo, é o city break, são as listas das 10 melhores praias ou as 15 aventuras que não pode perder. Pode ser uma road trip em África, um cruzeiro pelas Caraíbas, uma caminhada nos Himalaias. Pode ser tudo. Pode ser nada. E corremos sempre o risco de não chegar ao coração de alguém com nenhuma das opções apresentadas.

Capa da edição de agosto de 2019 da revista Volta ao Mundo.

Tudo depende da experiência de cada pessoa. Se na noite anterior assistiu à última temporada da Casa de Papel, Filipinas e Panamá podem ser catalisadores para deixar cinco euros na banca. Se o orçamento for curto, o relato de um mochileiro pela América do Sul pode ser uma boa hipótese para investir neste produto em vias de extinção que é o papel. É óbvio que o tema neve se consome mais em janeiro do que em agosto. E que as praias vendem muito melhor nos meses quentes do que nos frios. Basta ver a quantidade de capas dedicadas a refúgios, segredos, experiências, praias isoladas e coisas que tais que sempre invadem o alinhamento das news magazines nacionais e internacionais em julho e agosto.

Qualquer que seja o nosso destino de capa, peço-lhe que se lembre de uma coisa: na Volta ao Mundo, seja ou não tema de capa, as nossas histórias valem todas a pena. E correm o risco de conquistar qualquer coração. Até o seu.

Percorra a fotogaleria acima para conhecer alguns dos destaques desta edição.

 Ricardo Santos, Editor

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