Percorra as fotogalerias para conhecer dez miradouros para descobrir o Planalto Mirandês.
Há uma sensação de que o tempo que passamos nos aviões só existe ao levantar e aterrar. Nós estamos sempre lá e, se olharmos para o mostrador, percebemos que essa impressão não passa de uma patranha.
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Aldeia Nova – Parece mentira
Quando chegamos à Aldeia Nova facilmente encontramos o caminho para o ex-libris deste local - o miradouro que também tem uma igreja no seu ponto central. Daqui, de onde as fotos são tiradas, parece que o chão é feito de rio, pedras e árvores rasas. Depois, quando chegamos a casa e vemos as fotos, concluímos que o chão é feito de chão. O miradouro de Aldeia Nova é enganador (até porque ele próprio parece mentira).
[Imagem: D.R.]
Freixiosa - Sem panfletos
Estacionamos o carro em Freixiosa, uma aldeia do planalto mirandês, e seguimos de bicicleta ou a pé até ao miradouro. Não há panfletos nem sinais com a indicação da sua localização exata. Um dos cerca de 100 habitantes fará o anúncio em tempo real: "é sempre a descer mas, atenção, para cima custa mais". Não guarde assuntos importantes para falar deles neste miradouro porque o vento, lá em cima, não se cala.
[Imagem: D.R.]
Vila Chã da Braciosa - Faia Amarela
Situado perto da aldeia de Vila Chã, os últimos 200 metros só têm acesso pedestre. Prepare-se para quando sair deste miradouro não saber explicar o que viu. É uma autêntica sala de espetáculo. Recomenda-se entrar, colocar o telemóvel sem som, e assistir. A fauna e a flora já têm tudo preparado. As legendas estão estampadas, a amarelo, nas rochas.
[Imagem: D.R.]
Com as fronteiras fechadas, os miradouros são os novos aviões e, também eles, paralisam o tempo entre a chegada e a partida. Estes são dez miradouros recônditos do planalto mirandês (Paradela, Aldeia Nova, Vale de Águia, Cércio, Freixiosa, Vila Chã de Braciosa, Barrocal do Douro, Picote, Sendim e Urrós). Estão ordenados de norte para sul e cada nome é o da aldeia a que pertencem.
Rui Peres nasceu em 1982 na aldeia de Picote, Miranda do Douro, Trás-os-Montes, Portugal. É licenciado em Engenharia de Telecomunicações e Informática mas continua a usar máquina de escrever. Trabalhou em projectos para aviões e comboios mas prefere andar a pé. Viveu em vários países. Editou centenas de poemas nas toalhas de mesa dos jantares de família. Está a cumprir o seu sonho – dar a volta ao mundo. Partilha histórias com pessoas e lugares no seu projeto @mal.parado.