Igreja de Santo Amaro, em General Câmara (Wikimedia)

O sul do Brasil quer crescer como uma alternativa turística completamente diferente do país mais procurado pelos turistas. Conta com a herança açoriana e dá a mão ao Uruguai, numa rota por 14 municípios carregados de história.

Chamou-lhe Rota do Império Lusitano do Sul e pretende valorizar as raízes históricas e culturais açorianas que construíram a identidade do estado do Rio Grande do Sul. O projeto assenta num estudo realizado em Colónia de Sacramento, o único município uruguaio que se junta à iniciativa.

Torres, Rio Pardo, Mostardas, Taquari, Piratini, São José do Norte, Viamão, General Câmara, Santo Antônio da Patrulha, Pelotas, Triunfo, Rio Grande, Porto Alegre e a Colónia de Sacramento, no Uruguai, são todos municípios marcados pela colonização luso-açoriana, que deixou património material e imaterial, a que nem falta a doçaria.

Aliar tudo isto a uma Natureza exuberante – o Geoparque Caminhos dos Câniones do Sul, únicos verdes no Mundo, as praias, os vinhedos, a única pampa do Brasil e as minas que são restaurantes – é a aposta do estado, que conta com a vantagem de ter ligação direta a Portugal pela TAP, naquela que é a rota mais longa da transportadora portuguesa: um voo de Lisboa a Porto Alegre demora dez horas e aterra num Brasil único, com clima temperado, as quatro estações próximas da Europa, um país dentro de outro país.

Porto Alegre, capital do Estado, pode ser um belo ponto de partida. Porque começou por ser Porto de Viamão, quando chegaram os colonos, no século XVIII. A meio desse século chegaram 60 casais açorianos, com destino às Missões jesuítas. Deixaram-se ficar e o sítio passou a ser Porto dos Casais, até ser capital da Capitania do Rio Grande de São Pedro e ficar Porto Alegre.

Já General Câmara esconde o “distrito mais açoriano do Brasil”, Santo Amaro, nascido na década 1750. E Pelotas exibe os seus tradicionais doces, entre os quais os quindins, enquanto Mostardas, na mesma Costa Doce, oferece o Festival Internacional de Aves Migratórias.

À roda da rota, há todo um Mundo para descobrir, do vinho do Paralelo 31 ao de Bento Gonçalves, passando pelo incontornável chocolate de Gramado, o terceiro mais premiado do Mundo. E, para lá da herança portuguesa, há a italiana que gerou a viticultura e a germânica que trouxe ao Brasil a cerveja e o chocolate.

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