Islândia, essa imensidão de descobertas, estará a partir de maio mais acessível desde Portugal (Foto: Pixabay)

A Islândia está ali ao virar da esquina (quase) com a Play, companhia low-cost da ilha vulcânica a aproximar o destino da Europa. A partir de maio há voos com partida de Portugal.

Alugar um carro, meter a coragem e o dinheiro no bolso e arrancar. A Islândia é um (o) paraíso por descobrir ao sabor do tempo e do vento. E, já se sabe, o tempo dependerá da altura do ano. Ou quase sempre escuro ou quase sempre claro, aí está a beleza do destino. O vento esse, é o que calhar, quando calhar.

Poderíamos falar de Reiquiavique e da sua catedral pontiaguda e do esqueleto de barco a olhar o mar gelado e dos bares entre neve e do dia sempre, tardio, tanto que cansa os olhos.

Poderíamos falar dos vulcões, fácil, volta e meia explodem em alegria de viver, para gáudio de instagramers e whatevers, influencers e outros -ers, raramente assustando quem ali vive, porque a convivência com o grunhido da terra é tal que a água quente que se serve ali é das entranhas do chão, mesmo, o cabelo a cheirar a enxofre porque sim e porque mais vale a gente habituar-se a isso, compensando com o “refill” eterno do café nas estações de serviço, é como a água, café há sempre.

Poderíamos falar da Lagoa Azul quente, de Skogafoss, de Eyjafjallajökull, dos géiseres e de tudo o que está nos postais.

O Skogafoss é uma das maiores atrações naturais da Islândia (Foto: Pixabay)

Mas vamos falar daquele caminho que se faz a custo, entre gelo e lama, o carro preso aqui, a roda a derrapar, o carro tem que estacionar aqui e, pronto, segue-se a pé. E ali, ao fundo, é aquele sítio que tem uma casa que é um bolo de casamento e tem uns bonecos em tamanho estátua pueril e de gosto estranhamente duvidoso que vimos num filme dos Sigur Rós e, de repente, sabemos que estamos mesmo no paraíso.

É ali, numa planície varrida pelo vento, pintada de branco e rosa infantil, com vista para lado nenhum a não ser a imaginação da Gronelândia, sob um céu plúmbeo, que percebemos: estamos na Islândia…

E daí seguimos para Seydisfjordur, com letras que não são as nossas, e ficamos a olhar a igreja azul à luz da noite que não chega mas não é dia sequer, é aquele lusco-fusco que tem um cor só dele. E aí voltamos a perceber: estamos na Islândia. Aquela que Walter Mitty percorreu de skate. E isso é… irrepetível.

Esta rubrica conta com o apoio da ANA Aeroportos de Portugal.

COMO IR
A Play, companhia
low-cost islandesa, entrará em serviço a 13 de maio
e permanecerá ativa
até ao final da temporada,
a 28 de outubro.

ONDE COMER
A crise chegou à Islândia antes de tocar Portugal,
lá no tempo da troika, e teve o condão de acordar a ilha vulcânica para o futuro: ali privilegia-se a produção local. Agora. E a produção local é peixe. Sim, do estranho. Haja coragem.
De resto, e porque os preços são proibitivos, qualquer supermercado tem de tudo com nomes impronunciáveis. Toca a descobrir.

Foto: Pixabay

O QUE VISITAR
A Lagoa Azul é o postal da Islândia, mas o país é tão mais do que isso… É a vida
de Reiquiavique, as cascatas Dettifoss, Gullfoss e Skogafoss, os glaciares, as fontes quentes em qualquer quintal de qualquer bed and breakfast, os géiseres,
os passeios a cavalo, os almoços à lareira com vista para o infinito, ou até mesmo ir vagueando no sonho de artistas como Sigur Rós ou a enorme Bjork…

Tempo médio de voo:
3h30 (Lisboa-Reiquiavique)

Valores das viagens
A Play começa a voar de Lisboa a partir de 14 de maio e até outubro com valores a partir dos 131 euros, ida e volta.

CONSELHOS ÚTEIS

Admirar
A Islândia é um dos locais de eleição para ver as auroras boreais, ou northern lights. A melhor altura é de novembro a março.

Agasalhar-se
Mesmo na primavera e no verão, a Islândia é um destino fresco. Uma das suas grandes vantagens é a belíssima produção de artigos de lã, a começar pelas tradicionais camisolas com desenhos à volta da gola. O design moderno transformou-as em produtos de luxo.

Conduzir
Se decidir percorrer o “Círculo Dourado” de carro, prepare-se para ter de resolver problemas de pneus furados. Nem todas as estradas são de alcatrão e nem todas as oficinas ficam ali ao virar da esquina. Em terra de fiordes, as distâncias são rainhas. Mas o que seria da aventura sem um pequeno imprevisto?

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