Os habitantes da cidade belga de Bruges consideram que o turismo ultrapassou todos os limites e querem traçar linhas vermelhas.
Com uma população de 119 mil pessoas, Bruges recebe todos os anos oito milhões de visitantes, a maioria nos meses de verão e apenas em passeios de um dia.
No Centro Histórico há já problemas como a transformação em hotéis de prédios anteriormente destinados a habitação. Além disso, navios de cruzeiro atracam regularmente no porto próximo de Zeebrugge e levam ainda mais gente à pacata cidade.
Ao contrário de exemplos como Milão, em Bruges continua a ser permitido circular de automóvel sem restrições, incluindo nas zonas mais antigas, o que leva também à multiplicação de matrículas estrangeiras de visitantes que ali chegam de quatro rodas.
Em 2019, Bruges anunciou uma estratégia para aumentar as dormidas, espalhar o número de turistas geograficamente e ao longo de cada ano e atrair gente interessada em assuntos culturais e gastronómicos.
Agora, o plano é outro e visa dar sustentabilidade através de medidas que serão estudadas e aplicadas nos próximos cinco anos.
“O objetivo não é captar mais turistas, nem o volume é importante, mas o tipo de pessoas que recebemos”, explica Anne De Meerleer, guia e porta-voz dos moradores de Bruges, citada pela agência AFP.
“Atingimos uma linha vermelha”, resume, por sua vez, o arquiteto Arnout Goegebuer, outro dos porta-vozes.
Um ranking de agosto de 2022, publicado pela plataforma de alojamento local Holidu, colocou Bruges no mesmo patamar de Dubrovnik (Croácia) Veneza (Itália) e da ilha grega de Rodes no que diz respeito a cidades históricas em risco devido aos excessos turísticos.