(Marco Verch / Flickr)

Um panamá contra o sol e uma toalha debaixo do braço contra o abuso: os habitantes de várias ilhas gregas criaram um movimento pelo direito à praia.

Chamaram-lhe “Towel Movement” e com ele querem retomar o espaço tomado pelos concessionários das praias, alguns dos quais chegam a vedar o acesso público aos areais.

Num país onde as praias são todas públicas, mas arrendam parcelas a bares e restaurantes para espalharem espreguiçadeiras e guarda-sóis. O mal, reclamam os ativistas, é que se vão esticando nas áreas, mesmo em praias protegidas, acabando por ter cadeiras até à rebentação. E cobram até 120 euros por um poiso à sombra, por vezes fechando aparcamentos públicos a quem não for cliente.

O resultado é a total ausência de espaço para qualquer pessoa que não queira pagar poder estender uma simples toalha de praia.

O movimento teve honras de notícia quando chegou aos areais da ilha de Paros. Armados de toalhas e cartazes pedindo o direito às suas praias, invadiram areais, atravessando áreas concessionadas. Fizeram barulho, num protesto em vídeo documentado pelo grupo Save Paros.

Imagem de um vídeo do grupo Save Paros

“Nalguns casos, cobriram 100% da praia. Sentimos que estamos a ser expulsos da ilha”, justificou o residente Nicolas Stephanou ao jornal The New York Times.

Na petição online entretanto lançada, os cidadãos de Paros expõem os seus argumentos: “Reivindicamos o nosso direito ao espaço público, o nosso direito a desfrutar das nossas praias que são invadidas por empresários gananciosos e socialmente irresponsáveis, que ocupam as praias na sua totalidade ou excedem os seus limites em até 100 vezes a área que arrendam legalmente”.

Os protestos não se limitam a Paros. Naxos, Mykonos, Creta, Rhodes e Santorini também os têm e multiplicam-se os grupos de cidadãos descontentes nas redes sociais.

O grupo Save The Beaches of Naxos Now alimenta uma página de Facebook onde são publicadas fotografias sugestivas de praias completamente tomadas por cadeiras e sombras.

A campanha já começou a surtir efeito, com concessionários a recuar nas áreas e a retirar mobiliário de algumas praias. O autarca de Paros prometeu lutar contra os abusos e o ministro das Finanças assegurou que iria haver fiscalização.

 

 

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