A The Vine House permite mergulhar nas profundezas de um rio com muito para contar. Instalada numa quinta de produção vinícola com séculos de história, oferece uma experiência de enoturismo única.
Dizer que o Douro é território com paisagens de cortar a respiração, isso é lugar-comum. Mas há locais onde é possível apreciá-las com outro tipo de detalhe e deleite. E, até, privilégio.
É o caso da The Vine House, propriedade do grupo Sogevinus, responsável pela mais antiga produtora de vinho de Porto, a Kopke, desde 1638, e de outras marcas, que transformou num acolhedor e singular espaço destinado a enoturismo parte da imensa Quinta de São Luiz, no concelho de Tabuaço (Viseu), junto à icónica Estrada Nacional 222, a menos de meia hora de caminho desde o Peso da Régua e do Pinhão. E que tem chamado a atenção de visitantes das mais diversas nacionalidades.
Composta por 11 quartos com preços desde 100 euros e inaugurada em 2022, a The Vine House procura conjugar charme e conforto. Cada um dos quartos oferece panorâmica única sobre o Douro, que das varandas surge no seu esplendor máximo, nele projetando imagens que prometem ficar na memória, como os anoiteceres que parecem demorar eternidades tal a singularidade que a despedida do sol ali toma, parecendo demorar-se sobre as águas num adeus que não é para ser.
Além das tradicionais provas de vinho, a The Vine House proporciona visitas guiadas aos locais que fizeram (e fazem) a história da centenária Quinta de São Luiz, como a Casa do Alambique (onde se produzia aguardente caseira), a Vinha da Romilã (que guarda videiras com mais de um século), a Capela de Santa Quitéria (dantes frequentada por patrões e trabalhadores), as imponentes cubas de inox onde se guarda a produção vinícola anual (conhecidas como Ginas), ou a Adega Boutique (onde é possível apreciar e provar vinhos vários).
Quem quiser poderá também estender a toalha e realizar piqueniques, espaço disponível não falta naquela imensidão de hectares que se perdem de vista.
Outro dos espaços de destaque é o restaurante, a cargo do chef Vítor Oliveira, que, como não poderia deixar de ser por aquelas bandas, tem o Douro como inspiração primordial. As tradições durienses são o centro da carta exclusiva do chef, com sugestões que resgatam sabores antigos e transportam para hoje um passado gastronómico que ameaçava ficar nos livros de recordações.
“Queremos promover produtos locais de qualidade. No fundo, trazer memórias e resgatar a história para o prato”, assinala Vítor Oliveira, que recuperou tradições como a cozinha em fogo lento em panelas de ferro e assim dá vida a um imaginário perdido no tempo.
Como não podia deixar de ser, brancos e tintos são companhia perfeita para acompanhar refeições que não prometem indiferença.
“Os esforços estão voltados em criar mais valor a este lugar maravilhoso que é a Quinta São Luiz e isso só poderia acontecer através de uma experiência gastronómica que elevasse também os nossos vinhos”, define Pedro Braga, CEO da Sogevinus.
Nas carnes, destaque para o cachaço de porco bísaro com legumes assados e a perna de galo celta em arroz de tomate coração-de-boi. No peixe, chama a atenção o arroz de bacalhau.
E para sobremesa há aletria, pudim de ovos e torta de laranja, entre outras tentações que podem ser acompanhados por vinho do Porto produzido ali mesmo, na Quinta de São Luiz, onde o Douro se perde em horizonte ao mesmo tempo que abraça quem o olha.