Foto: Pixabay

O cume do Monte Branco, a montanha mais alta da Europa Ocidental, perdeu mais de dois metros nos últimos dois anos.

As últimas medições, reveladas por investigadores franceses, apontam que o Monte Branco tem agora 4805,59 metros, menos 2,2 metros em relação ao último estudo do género, em 2021.

Jean des Garets, representante da equipa de topógrafos responsável pela análise, apontou que a diferença já foi observada no passado e pode refletir variações nas chuvas.

“Acumulamos dados para as gerações futuras, não estamos aqui para os interpretar. Deixamos isso para os cientistas”, acrescentou cautelosamente.

“Cabe agora aos climatologistas, glaciologistas e outros cientistas fazer uso de todos os dados que recolhemos e apresentar teorias para explicar a retração”, reforçou.

Com recurso a ferramentas de ponta e, pela primeira vez, com um drone, cerca de 20 pessoas em oito grupos subiram ao Monte Branco em meados de setembro para fazer as medições.

“Aprendemos muito com estas campanhas. Sabemos que o cume está em perpétuo movimento, tanto em termos de altitude, com variações de quase cinco metros, como em termos de posição”, explicou Jean des Garets.

O cume mais alto do Monte Branco foi registado em 2007, 4810,90 metros. Uma queda de um metro foi medida em 2021 em comparação com 2017.

Em 2019, o número foi mantido em segredo pois os especialistas consideraram-no não representativo.

Durante o ano, os fortes ventos de inverno geralmente removem mais neve do que no verão, o que significa que o pico é mais alto no início do outono do que no início da primavera.

Os glaciares europeus, muitos deles em altitudes mais baixas do que noutras partes do globo, são especialmente vulneráveis ao aquecimento global. De acordo com dados científicos, perderam cerca de um terço do seu volume entre 2000 e 2020.

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