Foto: Olivier Morin/AFP

Ittoqqortoormiit, pequena cidade da ilha da isolada Gronelândia, onde vivem menos de 500 pessoas, tenta manter-se fiel às raízes. Mas as mudanças têm sido bastantes nos últimos anos.

Cercada por montanhas cobertas de neve e gelo, Ittoqqortoormiit destaca-se pelas suas casas coloridas situadas numa península rochosa com vista para a foz de Scoresby Sound.

Sobreviver nunca foi fácil naquelas bandas. A caça ocupa lugar de destaque e está em perigo devido às galopantes alterações climáticas.

Por isso, os caçadores de Ittoqqortoormiit encontraram outra forma de rendimento e são agora, também, guias turísticos que orientam os viajantes dos navios de cruzeiro que acostam por lá.

Além de lhes mostrarem as belezas da cidade, organizam passeios de trenós puxados por cães.

“É uma grande ajuda para os caçadores obter receitas provenientes do turismo também”, disse à agência AFP um habitante local.

Foto: Olivier Morin/AFP

Os turistas pagam até 20 mil euros pelas viagens e quase todo este dinheiro vai para empresas estrangeiras.

O governo da Gronelândia está a introduzir um imposto sobre passageiros para que os habitantes de Ittoqqortoormiit recebam uma parte dos lucros.

Mas há quem tema que os cruzeiros venham a inviabilizar de vez a caça porque a poluição das embarcações e agitação das águas está a alterar o modo de vida de algumas espécies, como os narvais.

Além disso, o degelo reduziu a população de animais como as focas, bois almiscarados e ursos polares, fontes de alimento e de vestuário.

Por tudo isto, o futuro de Ittoqqortoormiit é uma incógnita. Os próximos anos darão a resposta sobre como sobreviverá um dos lugares mais solitários do planeta.

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