Já foi famosa pela extraordinária vida selvagem, mas hoje a ilha de Farwa, na Líbia, encontra-se ameaçada e pode mesmo desaparecer. Literalmente.
Um grupo de ativistas juntou-se para tentar salvar o que resta de Farwa, pequeno banco de areia com apenas 13 quilómetros de comprimento, autêntica maravilha de praias de areia branca banhadas pelo quente Mar Mediterrâneo. Um dos únicos edifícios é um farol em ruínas construído na década de 1920 sob o domínio colonial italiano.
Para Fawzi Dhane, do grupo ambientalista Bado, a pesca ilegal e a poluição são as principais preocupações que colocam em causa o futuro de Farwa.
Pescadores locais lançam granadas na água para facilitar a captura do peixe e acabam por destruir a vida marítima. “Não respeitam nada”, lamenta Dhane. Há tartarugas ameaçadas de extinção, além de outras espécies.
As alterações climáticas também aceleraram a fragilidade da ilha, tornando-a mais vulnerável. “Há o risco de ser engolida se não forem tomadas medidas para tentar conter o mar”, afirmou Fawzi Dhane.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) considerou Farwa “o local costeiro e marinho mais importante no oeste da Líbia, em termos de alta biodiversidade marinha e costeira.”
Durante décadas recebeu poucos visitantes, apenas viagens escolares ocasionais. Muammar Kadhafi, antigo ditador da Líbia, chegou a planear a construção de um luxuoso resort à beira-mar, com vilas flutuantes e um campo de golfe. O projeto nunca avançou.
Hoje é o futuro de Farwa que está em causa.