O arquipélago de Svalbard, a 1300 quilómetros do Polo Norte e acessível por voos comerciais, oferece aos visitantes vastas extensões de deserto de gelo, com majestosas montanhas e fiordes de arrepiar.
Lar de ursos polares e cenário do sol da meia-noite e da aurora boreal, Svalbard tenta aproveitar sua natureza virgem sem arruiná-la.
Na linha de frente das mudanças climáticas, o arquipélago, pertencente à Noruega, aquece três vezes mais rápido do que o restante planeta. E tem no turismo uma forte aposta sustentável.
Cerca de 140.000 pessoas visitam Svalbard todos os anos. Assim como os 3000 moradores locais, os turistas devem seguir regras rígidas que os impeçam de incomodar animais.
Seguir um urso polar pode levar a uma multa enorme, assim como colher flores num ecossistema quase desprovido de vegetação.
Alguns operadores turísticos vão além das exigências legais, como a companhia de cruzeiros norueguesa Hurtigruten, que quer transformar-se na “empresa mais ecológica do Mundo.”
A Hurtigruten baniu os plásticos de uso único em 2018 e agora oferece passeios de motos elétricas na neve. Recentemente, lançou excursões a bordo do moderno navio híbrido Kvitbjorn (urso polar, em norueguês), que combina motor diesel com baterias elétricas.
“Em áreas de exploração idílicas, usamos apenas eletricidade. Silenciosamente sem expelir fumo de combustão”, explicou Johan Inden, líder da fabricante de motores marítimos Volvo Penta.
Mas há um senão. Em Svalbard, a eletricidade vem de uma fábrica a carvão, um combustível fóssil que causa mudanças climáticas. “A eletrificação faz sentido, independentemente da fonte de energia”, considera Christian Eriksen, do grupo ambientalista norueguês Bellona.
“Seja de fontes sujas ou limpas, a eletricidade permite reduzir as emissões”, adianta.