La Ciotat (marcovdz/Flickr)

A França quer aproveitar a boleia dos Jogos Olímpicos para promover o seu território e convencer os mais de 16 milhões de turistas que espera a ver mais do que competição desportiva.

Parque Nacional das Calanques (Tatyana Peshkova/Wikimedia)

206 países, 32 desportos, 15 mil atletas, 182 delegações paralímpicas, 22 modalidades paralímpicas, Paris e 16 cidades com provas mais uma ultramarina, Tahiti, base das competições de surf, repercussão em 63 cidades, 13 milhões de bilhetes, 20 mil jornalistas, 45 mil voluntários, 15 dias de competições olímpicas mais dez de competições paralímpicas. Estes números só podem justificar a aposta na divulgação do país além do desporto.

Foi esta a mensagem que Maxime Morin, diretor-adjunto da agência de desenvolvimento do turismo francês, Atout France, para Espanha e Portugal, trouxe a Lisboa, numa iniciativa de divulgação da estratégia turística do país que, no ano passado, acolheu cerca de cem milhões de turistas. Desses, 1,4 milhões são portugueses, mais 40% do que em 2022, num mercado em recuperação depois da pandemia e que assenta também muito no turismo da diáspora.

Os Jogos Olímpicos são um dos três grandes eixos da estratégia de promoção turística de francesa.

A redobrada aposta nas campanhas “Explore France”, em cooperação com os turismos das 13 regiões para desenvolvimento do turismo em todo o território, passa este ano pela aposta na sustentabilidade, dirigida às redes sociais. O cicloturismo é um dos focos das campanhas: França tem 31 mil quilómetros de vias cicláveis para atrair amantes de duas rodas para o mundo rural.

O terceiro eixo prende-se com a cultura e a história. França assinala em 2024 os 150 anos do impressionismo, com uma serie de exposições itinerantes de obras de Monet, Cézanne e Renoir emprestada pelo Musée d’Orsay, a meca do impressionismo em Paris.

A praia de Arromanches, onde os aliados desembarcaram há 80 anos (Ncburton/Flickr)

Em julho e agosto, será a vez de comemorar os 80 anos do desembarque das tropas aliadas na Normandia, com uma agenda repleta de concertos, desfiles, exposições, caminhadas, etc.

Por fim, a muito esperada reabertura em dezembro da catedral de Notre Dame de Paris, destruída por um violento incêndio em 2019, é outra das razões pela qual a Atout France considera 2024 com um ano de oportunidades.

Notre Dame ardeu em abril de 2019 (Cilcée/Wikimedia)

Por fim, a muito esperada reabertura em dezembro da catedral de Notre Dame de Paris, destruída por um violento incêndio em 2019, é outra das razões pela qual a Atout France considera 2024 com um ano de oportunidades.

A apresentação da Atout France contou com a parceria de La Ciotat, destino turístico da região de Marselha, da rede de resorts Club Med e das companhias aéreas Air France e Transavia. A primeira com um trunfo na manga: depois da proibição de voos internos em destinos para os quais uma viagem de comboio demore menos de 2,30 horas (praticamente todo o país, graças ao TGV, a Air France criou uma parceria com a operadora ferroviária SNCF para oferecer um combo avião-comboio num bilhete único para 33 destinos, 18 deles de e para Paris. E associou-se também aos Jogos Olímpicos.

“Num ano da maior importância para a sociedade francesa, em que recebemos os Jogos Olímpicos e reabrimos as portas de um dos nossos maiores símbolos, estamos, mais do que nunca, de braços abertos. Em Lisboa, recordámos esse espírito hospitaleiro que caracteriza o nosso setor turístico e promovemos os principais recursos que fazem de França um destino ímpar no contexto europeu. Depois de um ano positivo no que respeita à visita de turistas portugueses, estamos convictos de que há espaço para crescer ainda mais e fortalecer a relação especial que existe entre os nossos dois mercados”, disse Maxime Morin.

 

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