Belgrado
Deixem o meu passado em paz
No dia seguinte ao regresso de Belgrado, sentei-me num banco da Graça com vista para o Tejo e escrevi uma crónica sobre a cidade. Estava uma tarde soalheira, um céu azul Danúbio de fim de estação, ainda assim só falei de guerra.
«Desculpe ter-lhe feito tantas perguntas sobre a guerra» – penitenciei-me, no final da conversa, no final do texto.
Não faz mal, respondeu-me Simonida, simpática guia que nos acompanhou pela cidade ao longo de vários dias. Ela que não tem culpa nenhuma (seja lá de quem for a culpa) e que, à data do conflito, encontrava-se nos Estados Unidos com a família e viu a guerra pela televisão, tal como todos nós. As revoluções não são televisionadas, como escreveu e cantou Gil Scott-Heron em 1970 (talvez agora já o sejam), mas as guerras há muito que passam em direto na televisão.
Será essa a razão para que, tal como eu, tal como nós, a maior parte das pessoas não consiga deixar de falar, perguntar, às vezes interrogar, sobre a Guerra dos Balcãs. Apontar o dedo, mesmo que já tenham passado 15 anos. «Muitas pessoas continuam a olhar para os sérvios com alguma desconfiança, mas esquecem-se de que não fomos nós quem tomou as decisões. A maioria de nós tem familiares bósnios, croatas. Quem tomou as decisões foram os militares, os políticos. Continua a haver algum nacionalismo e alguns radicais, é verdade, cometeram-se e continuam a cometer-se alguns erros, mas não é representativo da maior parte dos habitantes. Se for perguntar às pessoas, todas lhe dizem que não queriam a guerra. Somos pessoas pacíficas. Mas é normal, ainda está tudo muito fresco. Ainda só passaram dezasseis anos.
Beleza sérvia
Apesar do seu passado bélico, Belgrado é uma cidade cheia de cores e de vida. E de beleza. Por mais que seja um lugar comum é impossível não elogiar a beleza das mulheres.
Ainda só passaram dezasseis anos! Depois desse texto decidi que não mais voltaria a falar sobre a guerra, que esta seria uma reportagem livre de conflitos, mas agora que revejo as fotos, que olho para os apontamentos e regresso à capital sérvia, percebo que esta cidade, esta cidade contemporânea, cosmopolita, mundana, noctívaga, literária, sofredora, ansiosa, fumadora e viciada em cafés, deve tudo ao seu passado. Poderia ser melhor, mas seria sempre outra cidade que não Belgrado.
Os próprios sérvios lembram este passado bélico aos visitantes. Não se pode chegar, ver e levar para casa apenas o que melhor há do país. Como se também nós fizéssemos parte da expiação. O primeiro local onde Simonida nos guia, poucas horas após a chegada, é precisamente o Museu Militar. Um museu ao ar livre situado no Parque Kalemegdan, o maior da cidade, onde os carros de combate capturados aos alemães e os canhões tão verdes como velhos dividem atenções com as obras que refletem as várias vidas do país, desde as muralhas romanas às construções otomanas.
«Sabe quantos massacres já sofremos desde que Belgrado é Belgrado?», agora é Simonida quem pergunta.
(Preparem-se que vai começar a aula de história. E geografia, matemática, cinema… Não há disciplinas e arte que cheguem para descrever o percurso desta cidade).
«Mais de 40. Travaram-se 115 batalhas pela cidade, sobretudo durante a ocupação otomana, e mais de 40 foram muito destrutivas.» A localização, é esse o problema, sempre foi. «Somos um país no meio da estrada. Há quem esteja rodeado de mar por todos os lados, nós estamos rodeados de países. Nos Balcãs, algures entre o Leste e o Oeste. Quase todos os pequenos e grandes conflitos da Europa passaram por este país. Num dos ataques, em plena Segunda Guerra Mundial, os animais chegaram mesmo a fugir do jardim zoológico, momento que Emir Kusturica retratou no filme Underground – Mentiras da Guerra e que muitos terão julgado ter-se tratado de (mais) um devaneio ficcional do realizador sérvio, autor de outras obras marcantes como Gato Petro, Gato Branco ou Arizona Dream.
Nesta visita documental sobre o passado da cidade há ainda mais uma cena obrigatória, ali no cruzamento entre as ruas Miloseva e Nemanjina. Quase não há forma de entrar ou sair de Belgrado sem passar pelos dois edifícios do Ministério da Defesa parcialmente destruídos durante os bombardeamentos da NATO e que as autoridades fazem questão de não reconstruir. Continuam ali, em ruínas, protegidos por dois militares desde 7 de maio de 1999. Precisamente há 15 anos. Há 15 anos que o país anda a tentar dizer a todos os visitantes que também sofreu com a guerra. Até quando ficarão assim ninguém sabe ao certo, mas a ver pelas recentes declarações do primeiro-ministro Ivica Dacic, estas esfinges ainda devem estar para durar: «Um povo que esquece as suas vítimas e a sua história está condenado a reviver essa história.» A esta declaração acrescentou outra, tão ou mais significativa: Hoje, a Sérvia conduz uma política pacífica para resolver os seus problemas.»
Simonida não manda no país, se fosse ela já teria arrumado o assunto de vez com uns edifícios novos, de vidro, mas conta-nos que foi durante os quase três meses de bombardeamentos que os habitantes se uniram como nunca e a noite da cidade explodiu verdadeiramente. De dia manifestavam-se pela paz, à noite não dormiam para esquecer a guerra. Alimentavam-se a cafés e música, construindo os alicerces de uma realidade que dura até hoje; a de melhor noite da Europa. Epíteto que não foi colocado pelos próprios, mas por insuspeitas publicações como o guia Lonely Planet! Agora sim, estamos prontos para conhecer o resto da cidade.
Geografia
Belgrado é a capital e principal centro económico, cultural e social da Sérvia. Situada no Norte, na confluência dos rios Danúbio e Sava, tem cerca de 1,5 milhões de habitantes, dois milhões contando com os arredores. O país fica localizado na região balcânica e tem fronteiras com a Croácia, Macedónia, Albânia, Roménia, Bulgária, Hungria, Bósnia, Montenegro e Kosovo (que não reconhece).
Voltamos ao início, ao Parque Kalemegdan, mas desta vez para ver a paisagem, o pôr do Sol, o Danúbio e o Sava, com a ilha da Grande Guerra ao fundo – ponto estratégico dos austríacos durante a Primeira Guerra Mundial. (Os termos bélicos acertam-nos mesmo quando tentamos fugir deles). Da mesma forma que Belgrado não seria a mesma sem o seu passado, não haveria Belgrado sem rio. Sem Danúbio.
Dizer que é o segundo maior rio da Europa é apenas uma informação tão básica quanto redutora. O Danúbio é muito mais, muito maior do que os quase três mil quilómetros de extensão. É a fronteira natural entre dez nações. Natureza e memória. Um pedaço de história que viu, alimentou e sobreviveu às guerras e às divisões da ex-Jugoslávia. O fio condutor de uma certa identidade centro-europeia (Mitteleuropa) que nenhuma guerra parece capaz de destruir. A maior parte dos rios separa, este é dos poucos que unem. (Mergulhar no romance Danúbio, de Claudio Magris, por muitos considerado um dos grandes romances europeus do nosso tempo, é também uma forma de acompanhar o curso desta história).
Nem é imperioso levar toda esta carga para o rio, naturalmente. Os próprios habitantes da cidade não fazem questão de carregar a história às costas todos os dias, às vezes não carregam mesmo roupa alguma, mergulham nus. À falta de água salgada na cidade e no país depois da separação de Montenegro, a Sérvia ficou sem mar – o Danúbio transformou-se no seu refúgio. Correm para ele assim que o tempo o permite (e mesmo quando não o permite, pelo menos aos olhos de um latino), deitam-se ao sol, praticam desportos náuticos, fazem nudismo, inventam areais. É o caso de Ada Ciganlija (fixem bem este nome), uma ilha transformada em península situada a quatro quilómetros do centro da cidade. É a praia oficial da cidade. Uma língua de areia e de prazer com espreguiçadeiras, gaivotas, uma bandeira azul e músicas de outras épocas, Belgrado a mostrar sem complexos que quem não tem Adriático caça com Danúbio.
Sejamos justos: Belgrado não é uma cidade bela, no sentido convencional do termo. Não terá o charme e arquitetura de Budapeste, apenas para citar uma cidade vizinha, nem a envolvência natural de Sarajevo, cidade rodeada por um conjunto de cinco montanhas (sem com isto estarmos aqui a querer forçar comparações entre os dois países), tem, contudo, um encanto próprio, o encanto dos sítios que gostam de viajantes exigentes, daqueles que apenas se perdem de amores por postais perfeitos. Talvez por isso ainda tenha tão poucos.
«Os habitantes de Belgrado adoram ver turistas. Ajudam no que for preciso, tentam falar inglês, ainda não há tantos como noutras cidades europeias, também há muitas ligações, mas um dia virão.» Palavras de Simonida, sempre ela.
Um dia os turistas virão em massa, é inevitável, o que acontecerá ao certo nunca se sabe – o turismo tem personalidade incerta, tanto pode mudar o mundo como acabar com ele, às vezes tudo ao mesmo tempo – talvez por isso esta seja a altura perfeita para cá vir. Se a paz, os governantes e as companhias aéreas assim o quiserem, este será um dos próximos grandes destinos a nível europeu.
Poderão não ter Simonida a guiá-los, mas passarão, com certeza, pela Praça da República, onde se situam carismáticos edifícios como o Museu e o Teatro Nacional. Passarão por (muitas) ruas com prédios a precisar de obras e darão de caras com obras e arquiteturas a remeter para as suas várias vidas, onde um edifício de Arte Nova é capaz de viver paredes meias com o socialismo de Tito. E passarão por Terazije, o centro do centro e pelos seus inúmeros cafés. Se há uma definição para Belgrado é esta: uma sociedade de cafés. A última guerra pode ter elevado a sua vida noturna a um patamar nunca antes atingido, mas o gosto pelos cafés já vem de longe. Do século xix, pelo menos. Chamavam-se kafanas (tabernas), no século XIX.
Não havia uma kafana para cada habitante, mas quem precisasse de um médico ou de um eletricista sabia onde ir. Era como uma pequena aldeia.» Belgrado cresceu, o mundo evoluiu, e mesmo não sendo, em teoria, o mais cosmopolita dos destinos, tem lojas, bares, restaurantes e um ambiente que apanhará muita gente desprevenida. E não, não falo da noite (ainda). Nem sequer falarei da beleza das mulheres. Belgrado pode não ter estrelas Michelin, mas desenganem-se aqueles que pensam que as ruas estão cheias de Yugos – aquele carrinho pequenino, verdadeira caixa de fósforos que durante anos foi o volantes oficial do regime e chegou a ser considerado o pior automóvel do mundo. Se a Sérvia é um país no meio da estrada, Belgrado é uma cidade a meio caminho. Uma cidade do século xxi, mas onde ainda é possível ver hábitos e comportamentos que remetem para outros séculos. Pelos menos para outros tempos.
As kafanas podem já não ser o que eram, mas, confessa Simonida, os grandes negócios continuam a ser selados com a rakija (aguardente). Um tempo em que as livrarias, muitas livrarias, ainda são importantes e em que se destacam os autores independentemente da nacionalidade, entre eles José Saramago e Gonçalo M. Tavares. São precisamente de Gonçalo M. Tavares as palavras que sublinhara durante o voo de ida para a cidade, num texto escrito para a revista de bordo:
É aqui o centro de Belgrado, pergunto. Sim, respondem-me. Eis o centro secreto de Belgrado. E eis uma síntese da cidade. A grande festa decorre ao ar livre, sim, mas bem escondida dos não conhecedores do labirinto. Só quem conhece há muitos anos o labirinto é que pode chegar ao verdadeiro centro de Belgrado. Só chegas aqui sendo estrangeiro, dizem-me, se tiveres um amigo que viva aqui há muitos anos. E eis Belgrado. (…)
A verdadeira festa, a mais exuberante das festas, em Belgrado, acontece num sítio secreto. Eis uma lição desta cidade. Foi também um amigo português de longa data a viver na cidade (não meu), que me levou, que nos levou, até ao centro da festa, ao coração do labirinto, ao fundo de uma cave. Uma cave que nunca saberei onde fica – era capaz de jurar que chamava Kasa, ainda que o nome não apareça em lado nenhum da internet –, um bar para locais, com bancos e mesa de madeira, onde velhos, menos velhos e loiras com uma beleza e um sorriso aberto que parece ficção partilham mesas, copos e músicas sérvias.
Não é música ao vivo. É música viva, palavras que não percebemos, que não percebo, palavras bêbadas, sofridas, boémias, como se estivéssemos num filme de Kusturica. Como ele pudesse chegar a qualquer momento. Como se alguém pudesse dizer corta a qualquer momento. A prova, se preciso fosse, de que a ficção, por mais surreal que nos pareça, tem quase sempre os pés assentes na realidade. Será isto que sentem os estrangeiros quando ouvem fado? Talvez seja isto, talvez seja algo parecido, talvez não se compare. Há 15 anos as bombas caíam, lá em cima, e as pessoas, cá em baixo, bebiam rakija, muita rakija, como é possível beber tanta rakija?
Falta falar de Tito, é incontornável. Cerca de 30 anos depois da sua morte, o homem que manteve a antiga Jugoslávia unida durante tantas décadas, ainda que com mão de ferro, continue presente na memória, na vida e paisagem da cidade. Visitar um complexo de museus do qual fazem parte o Museu da História da Jugoslávia, o Museu Velho ou a Casa das Flores, situados no distinto e verde bairro de Dedinje, é a via mais direta para penetrar num certo saudosismo que continua a atravessar muitos dos habitantes sérvios, sobretudo os mais velhos. Foi aqui que Tito viveu e é aqui que está sepultado.
O general terá tido o maior funeral de Estado de todo o século XX, com 209 delegações vindas de 128 países e é aqui onde podem ser vistos muitos dos seus objetos pessoais e conhecer um pouco mais da história e da sua personalidade, mas é também o sítio onde a cara e a imagem do general se transformam em comércio. Numa marca. Tanto é possível comprar um livro de culinária com as receitas do seu cozinheiro privado – nunca comia fora de casa e levava sempre o chefe para onde quer que viajasse, e viajou muito – como levar para casa a sua cara impressa numa caneca, um porta-chaves, um lenço ou uma T-shirt. Há ruas com o nome de Tito e grafitti espalhados pela cidade. Algo muito próximo daquilo que aconteceu com alguns símbolos soviéticos, que ficou conhecido como estilo Soviet chic. Será que, neste caso, tudo não passa de uma moda ou há mesmo saudades dos tempos socialistas? Tem a palavra Simonida, pela última vez.
Tendo em conta o que aconteceu depois da sua morte, algumas pessoas olham para ele como um homem que, apesar de tudo, conseguiu manter vários povos unidos. É como as relações que nos marcaram. Passados alguns anos temos tendência a lembrar o melhor, a esquecer o que correu mal, aquela nostalgia própria daquilo que sabemos que nunca mais voltará.
Nada como as relações para explicar o mundo. Há mesmo um termo para definir este saudosismo, este movimento artístico, esta ressaca pós-Tito, como que lhe queiramos chamar: Yugo-nostalgia.
O verdadeiro inventor da rádio?
Belgrado possui 60 galerias, dezenas de teatros e cinemas, um pavilhão multiusos e à volta de 40 museus. Entre eles há um que se destaca: o improvável Museu Nikola Tesla (tesla-museum.org), dedicado ao homem que os sérvios defendem ter sido o inventor do rádio e não Marconi. Dizem ainda que foi também ele o primeiro a sonhar e testar uma rede de telecomunicações global (o embrião da internet). E apresentam provas, num arquivo com mais de 1200 objetos científicos e 160 mil documentos originais. Verdade ou não (em 1943 o Supremo Tribunal dos EUA acreditou-o como sendo o inventor do rádio) é indesmentível que Tesla foi um dos maiores precursores no campo da engenharia mecânica e eletrotécnica. Antes de sair todos têm direito a uma descarga de 500 mil voltios.
Gastronomia
Carne, carne, carne. Os sérvios adoram carne e é difícil haver uma refeição tradicional em que esta não esteja presente. E, quase sempre, em grandes doses. Normalmente carnes fumadas para a entrada e carnes grelhadas como prato principal. Porco, galinha ou borrego são das mais frequentes, quase sempre com uma salada de tomate, pimento e cebola. Ainda assim, podem ficar descansados todos os que preferem refeições mais leves, pois são muitos os restaurantes de comida internacional.
A Cantina de Frida (cantinadefrida.com), junto ao Danúbio, uma nova área em tudo semelhante às Docas, em Lisboa, é um dos bons locais. Mais carnívoros ou amantes de locais mais contemporâneos todos deviam esforçasse para fazer uma refeição numa kafana tradicional (se possível o jantar). Até porque não é esforço. É um prazer. O boémio bairro de Skadarlija é o sítio perfeito para isso.
Língua
O sérvio é a língua oficial. Os mais novos falam relativamente bem inglês e os mais velhos fazem o que podem gestualmente.
Como ir
A TAP inaugura ligações diretas para Belgrado no dia 1 de julho, a melhor época do ano para visitar a cidade. As temperaturas mínimas dificilmente baixam dos 15ºC e as máximas raramente passam dos 30ºC. Haverá três voos semanais, às terças, quartas e sextas. No sentido Bucareste-Lisboa, as ligações são feitas às terças, quintas e sábados. Preços a partir de 207 euros (ida e volta ). Quem não conseguir esperar até julho, pode sempre voar para Budapeste e seguir de carro ou autocarro para a capital sérvia. São cerca de quatro horas de viagem com direito a paragem na fronteira, algo cada vez mais raro na Europa atual. Também há comboios diários a ligar as duas cidades.
Como circular
O metro de Belgrado ainda está em construção e levará mais alguns anos até estar concluído. O ideal é circular
de autocarro ou nos tradicionais elétricos do tempo da ex-Jugoslávia. Também é uma cidade fácil para se descobrir a pé.
Moeda
A moeda local é o dinar sérvio. Um euro vale cerca de 115 dinares. É fácil levantar dinheiro em qualquer caixa automática e/ou fazer o câmbio nas casas de câmbio. O custo de vida é um pouco inferior ao de Portugal.
Onde ficar
Apesar de não ter tantos hotéis como uma grande capital europeia são várias as cadeias internacionais presentes. Nomes como o Holiday Inn ou Crowne Plaza (ihg.com). Nós tivemos a felicidade de ficar alojados no mítico Metropol Palace, um cinco estrelas desenhado em 1957 que ainda hoje é o maior embaixador da cidade. Foi aí que se realizou a primeira conferência do Movimento dos Não Alinhados. Neil Armstrong ou Elizabeth Taylor são outros dos nomes que por lá passaram. Preço por noite em quarto duplo a partir de 200 euros.
metropolpalace.com
Agradecimentos
TAP
flytap.com