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Milhares de pessoas destroem flores raras para uma ‘foto perfeita’

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Stuart Palley captou as pessoas fora dos caminhos permitidos. (Foto por Stuart Palley)
Stuart Palley captou as pessoas fora dos caminhos permitidos. (Foto por Stuart Palley)
A destruição é visível. (Foto por Stuart Palley)
Reserva Antelope Valley California Poppy
Reserva Antelope Valley California Poppy
Reserva Antelope Valley California Poppy
Parque Estatal do Deserto de Anza Borrego
Parque Nacional de Death Valley
Parque Nacional de Death Valley
Walker Canyon

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A moda das fotografias e o grande boom das redes sociais levam milhares de pessoas a destruir diariamente parte da natureza. A busca da fotografia perfeita não olha, muitas vezes, a meios.

Mas por que não permanecer apenas nos locais permitidos, minimizar o impacto humano na fauna e na flora, não deixar marcas, ficando-se apenas pelas memórias?

Nesta primavera, milhares de visitantes fizeram questão de se deslocar até aos «lugares da moda» da Califórnia, em busca da foto perfeita. O problema é que estes sítios acabaram por ficar destruídos, como foi o caso das flores selvagens do Walker Canyon, do Parque Estatal do Deserto de Anza Borrego, do Parque Nacional de Joshua Tree, e da Reserva Antelope Valley California Poppy, que este ano tiveram «explosões de flores» durante o início da primavera.

Quando alguém se deita num campo de flores, corre o sério risco de as danificar. Aliás, poderá levar muitos anos até que essas flores recuperem totalmente. O fotojornalista Stuart Palley visitou estes parques para observar se os visitantes estavam realmente a destruir os campos de flores selvagens. Num artigo do site Mashable, Stuart conta que, para entrar na Reserva de California Poppy, é necessário pagar 10 dólares ao guarda do parque. Depois, ele manda-nos permanecer apenas nos trilhos permitidos e dá-nos um folheto onde se lê: «sair para fora dos trilhos destrói as flores». Vários avisos ao longo dos caminhos advertem para o mesmo. No entanto, logo à porta da entrada Stuart deparou-se com centenas de pessoas que saíam das suas viaturas e se dirigiam para o meio das flores.

Apesar de os guardas e trabalhadores dos parques dos EUA unirem esforços para tentar manter a ordem, acabam por ser insuficientes e não chegar para as centenas de visitantes que todos os dias infringem as regras.

É compreensível que as pessoas fiquem entusiasmadas com este nascimento incrível de flores, que acontece uma vez em dez anos. Incompreensível é a busca incansável por gostos nas redes sociais, que leva a não pensar nas consequências e a destruir a natureza.

Pensamentos como «são milhares de flores e eu estou apenas a pisar algumas» e «sou só eu, não há problema» fazem com que a paisagem esteja, neste momento, desfeita. E é tão fácil ficar ao longe e observar a beleza das flores selvagens, sem as destruir.

As regras existem para ser cumpridas e para que as gerações futuras possam desfrutar do fenómeno. Matar seres vivos por uma selfie, será que vale mesmo a pena?

Por Mafalda Magrini – Fotografias Direitos Reservados / Stuart Palley

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