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Fotografias inéditas de quando Nelson Mandela visitou Portugal

Clique nas setas para ver as fotografias inéditas da visita de Mandela a Lisboa, Portugal, em 1993. [Imagens: D.R./Arquivo Diário de Notícias]
Nelson Mandela num encontro com a imprensa na chegada ao aeroporto de Lisboa.
Nelson Mandela num encontro com a imprensa na chegada ao aeroporto de Lisboa.
Encontro de Nelson Mandela com o dirigente do CDS, Ricardo Costa (à esquerda), em Lisboa.
Nelson Mandela num pequeno-almoço com dirigentes da IS, em Lisboa, durante a reunião da Internacional Socialista (IS). Falando com Shimon Peres, à esquerda Pierre Mauroy.
Nelson Mandela num pequeno-almoço com António Guterres e Pierre Mauroy (ao centro), em Lisboa, durante a reunião da Internacional Socialista (IS).
Nelson Mandela num encontro com portugueses na Aula Magna, em Lisboa.
Nelson Mandela num encontro com os dirigentes do Partido Socialista (PS), ladeado por Almeida Santos e António Guterres, em Lisboa.
Nelson Mandela a cumprimentar o ex-primeiro-ministro Cavaco Silva, no palácio de S. Bento, em Lisboa.
Nelson Mandela num encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Durão Barroso.

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Nelson Mandela faria 100 anos esta quarta-feira, 18 de julho. Para assinalar a data, a revista Volta ao Mundo reuniu uma dezena de imagens do arquivo do DN da visita do líder histórico sul-africano a Lisboa, em 1993. E recuperámos uma das nossas viagens a Joanesburgo.

Joanesburgo é uma cidade estranha. Mas não o serão todas que não a nossa? Uma só visita não chega para entender como funciona ou o que por lá se passa. Não é um caso de amor à primeira vista como Florença nem de descoberta constante como Tóquio. É monumental à sua maneira, sem os edifícios históricos de Paris, mas com a herança mineira que se avista de qualquer ponto. É histórica, mas recente. Sem palácios nem pontes como Budapeste, mas com um passado de luta e de superação.

Tem o Soweto e o arranha-céus mais alto de África, tem problemas e soluções, tem bairros degradados e perigosos e quarteirões de luxo onde só se entra depois de uma revista cuidada. Tem hotéis e restaurantes de topo, tem a única rua do mundo onde viveram dois prémios Nobel da Paz, tem muito frio no inverno e muito calor no verão. Quem lá mora diz que Joanesburgo é a maior cidade do mundo sem água por perto. É estranha, sim. Mas é um mundo de emoções.

Jo’burg é também Mandela, Madiba. Toda a África do Sul parece sê-lo, seja ela o país dos brancos, dos pretos, dos mestiços ou dos indianos. A figura do pai da nova nação está sempre presente, nem que seja pelo exemplo de reconciliação. Por isso, chegar ao Soweto é uma experiência difícil de explicar. Durante a década de 1980, a localidade com 99 por cento de população negra, a vinte quilómetros do centro de Jo’burg, era presença diária nos noticiários de todo o mundo.

As casas térreas do estendem-se por quilómetros. É impossível contá-las, mas já é possível saber a quem pertencem. Até 1994 (27 de abril) e à chegada de Nelson Mandela ao poder, os habitantes do Soweto não tinham direito à propriedade. Foi assim desde 1910, quando a township nasceu.

É grande a África do Sul, mais de 1,2 mil milhões de quilómetros quadrados e cinquenta milhões de habitantes (Portugal tem 92 mil quilómetros quadrados e pouco mais de dez milhões de pessoas). Equivale apenas a quatro por cento do continente africano, mas aqui está cerca de metade das infraestruturas de África. É terra de 11 línguas oficiais, com o inglês na quinta posição das mais faladas.

(Texto de Ricardo Santos, editor da Volta ao Mundo)

Veja ainda o episódio da viagem da Volta ao Mundo à descoberta de Joanesburgo, com o escritor José Luís Peixoto:

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Nelson Mandela

Nascido a 18 julho de 1918, Nelson Mandela morreu a 5 de dezembro de 2013, com 95 anos. A luta contra o regime racista branco do apartheid levou-o a passar 27 anos da sua vida na cadeia. Mas, ao contrário do que seria de esperar, quando saiu não procurou a vingança dos negros sobre os brancos, mas a convivência pacífica entre todos numa Nação Arco-Íris com lugar para todos.

Mesmo na prisão sempre procurou entender o outro lado, aprendendo africâner, a língua dos carcereiros (muitos deles ficaram depois seus amigos). Primeiro presidente negro eleito da África do Sul, entre 1994 e 1999, cumpriu só um mandato e deixou o poder de livre e espontânea vontade. Criou em 1999 a Fundação Nelson Mandela para ajudar no combate à pobreza e à doença do VIH/sida. E também para perpetuar o seu legado. Mas se muitos o elogiam depois de morto, porque é relativamente fácil, difícil é seguir o exemplo de paz, perdão, união e diálogo que deu em vida. (Por Patrícia Viegas/DN)

Fotografias © D.R./Arquivo do Diário de Notícias