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Devemos bater palmas depois de uma aterragem?

Veja as fotografias e conheça 12 segredos sobre os pilotos de avião que possivelmente desconhece, clicando nas setas. [Imagem: Shutterstock/D.R]
1. As durações do voo são aumentadas para prevenir atrasos Se um voo deve demorar apenas uma hora, terá uma previsão de uma hora e 15 minutos para que, mesmo que se atrase, ainda esteja oficialmente dentro do tempo.
2. Os pilotos não comem a mesma comida que os passageiros «As assistentes de bordo dão-nos refeições especiais. Assim, caso a comida da companhia aérea esteja contaminada, não nos sentimos mal», escreveu o utilizador do site Quora, Hari Sanil.
3. Os pilotos nunca bebem café ou chá no avião Um estudo da EPA (Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana) descobriu que um em cada oito aviões falha nos padrões de segurança da água. De acordo com um utilizador do Quora, isso ocorre porque os compartimentos para esvaziar as casas de banho e encher a água potável estão próximos uns dos outros. Por isso, a água pode contaminar-se quando as trocas são feitas ao mesmo tempo.
4. As máscaras de oxigénio duram apenas 15 minutos Mas é suficiente para que os pilotos cheguem a uma altitude mais baixa, onde as pessoas já conseguem respirar normalmente.
5. Por vezes, os pilotos esquecem-se de desligar o sinal de «aperte o cinto de segurança» Isso não significa que deva ignorá-lo, mas provavelmente poderá levantar-se e ir à casa de banho, se não houver turbulência há algum tempo.
6. Normalmente, os pilotos dormem no cockpit Muitas funções são automáticas, por isso os pilotos podem descansar entre a descolagem e a aterragem.
7. Os aviões são muitas vezes atingidos por relâmpagos Aparentemente, cada avião é atingido por um relâmpago pelo menos uma vez por ano - mas eles foram construídos para suportar isso mesmo.
8. Os melhores lugares são os sobre ou perto da asa Patrick Smith, piloto e autor do livro «Cockpit Confidential», afirma que «o fluxo geral de ar em qualquer avião é da frente para trás. Por isso, se se está verdadeiramente preocupado em respirar o ar mais fresco possível, ou não ficar com muito calor, sente-se o mais à frente possível». Mas se está preocupado com a segurança, então sente-se nos lugares da asa: tendencialmente, «num acidente, as pessoas nas filas no fim do avião são as primeiras a morrer e de seguida são as pessoas sentadas mais à frente», conclui John Nance, analista de segurança da aviação e capitão reformado de uma companhia aérea.
9. Os pilotos são pressionados para voar com menos combustível As companhias aéreas estão sempre a tentar maneiras de poupar. Os aviões queimam combustível ao transportarem mais combustível. Por isso, muitas vezes, os aviões levam apenas o combustível necessário para a viagem, sem pensar em imprevistos que possam acontecer. Terá sido o que se passou com o avião onde seguia a equipa brasileira de futebol, Chapecoense.
10. Na maioria das vezes, a maneira como é feita a aterragem é um bom indicador da perícia e eficiência de um piloto Por isso, se quiser dizer algo agradável ao piloto quando estiver a sair do avião, diga «boa aterragem!». «Nós agradecemos», afirma Joe D'Eon, piloto de uma grande companhia aérea que tem um podcast em flywithjoe.com.
11. Os pilotos não usam chapéus no cockpit Nas séries e filmes, os pilotos são sempre retratados usando chapéu durante o voo, mas isso não acontece nos dias de hoje.
12. Os pilotos minimizam os problemas Eles nunca dizem que há «zero visibilidade», apenas que há «um pouco de nevoeiro». Um atraso por «razões técnicas» provavelmente significa que algo está partido ou deixou de funcionar. Não se tratam de mentiras - servem apenas para manter os passageiros tranquilos.

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Uma boa aterragem é o teste para um bom piloto? E será que devemos bater palmas depois de uma aterragem bem sucedida?

Se costuma viajar de avião, possivelmente já passou por uma aterragem menos boa ou mais abrupta. Não é uma sensação particularmente reconfortante – mas será ela o reflexo de um mau piloto?

«Não há como negar que a maioria do trabalho durante um voo é feita pelo piloto automático», disse Sam Bray, piloto da Monarch, ao Telegraph Travel. «Num voo regular, o piloto automático faz cerca de 90 por cento do voo». A descolagem e a aterragem são os momentos que exigem, de longe, a maior atenção por parte do piloto.

Portanto, uma boa aterragem reflete a habilidade de um piloto, de acordo com Joe D’Eon, um ex-comandante, que afirma: «Se quiser dizer algo simpático a um piloto quando está a sair do avião, diga ‘boa aterragem!’. Nós gostamos de ouvir isso por parte dos passageiros».

E como funciona a aterragem? Depois de fazer todos os cálculos em relação à sua velocidade (muito rápido – mau; muito lento – mau) e altitude, é altura do «flare» (quando o avião deixa a trajetória de descida e passa a voar rente à pista em linha reta, sem motor), que é o mais importante.

«A manobra de aterragem começa com o flare», conta Mark Vanhoenacker, co-piloto da British Airways e autor do livro How to Land a Plane. «As técnicas variam, mas geralmente, quando o avião está em flare, o piloto aponta o nariz um pouco para cima enquanto começa a reduzir a força. Subir o nariz reduz a taxa de descida, permitindo que aterre de forma ligeira na pista. O flare é uma manobra difícil e que os pilotos continuam a ir refinando ao longo de suas carreiras».

A perspetiva de que uma boa aterragem tem de ser suave é, no entanto, um mito. «Uma aterragem firme é, se for caso disso, preferível a uma mais suave se a pista for curta, estiver molhada ou coberta de neve, ou se estiver muito vento», conta Mark Vanhoenacker. «Como diz nos poderosos manuais do 747: ‘Uma aterragem suave não é o critério para uma aterragem segura».

Patrick Smith, piloto dos Estados Unidos e autor do Cockpit Confidential, concorda: «Embora os passageiros liguem muito à suavidade de uma aterragem, isso dificilmente é uma referência precisa da habilidade de um piloto. Uma aterragem firme ou «torta» normalmente é aquela para a qual o piloto está a apontar. Em pistas de curta distância, a prioridade é conseguir colocar o avião de forma segura no chão dentro da zona de aterragem, sem ligar ao facto de ser ou não suave».

Na verdade, os pilotos adoram uma aterragem complicada. O Telegraph Travel questionou vários pilotos sobre os seus aeroportos favoritos onde aterraram no ano passado. Nápoles, Madeira, Innsbruck e Gibraltar foram os mais escolhidos – e todos têm uma coisa em comum: estão entre os mais difíceis da Europa, e os pilotos necessitam de treino especial antes que possam enfrentá-los.

Devemos bater palmas depois de uma aterragem bem-sucedida?

«Aplaudir depois de uma aterragem ainda está tão generalizado como no final dos anos 70 e início dos anos 80», de acordo com o Patrick Smith, acrescentando que, para a maioria dos pilotos, já não é propriamente uma novidade».

«E é de notar que, quando acontece, é um fenómeno apenas da classe económica», diz ele. Não por razões socioeconómicas, mas sim pelo facto de estarem mais pessoas sentadas próximas umas das outras, o que gera um certo «espírito de comunhão».

Mas um piloto gosta de um bom aplauso? Sim. «É sempre apreciado».

Imagem de destaque: iStock