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Devemos pôr o telemóvel em modo voo nos aviões?

Veja as fotografias e conheça os mitos mais comuns relacionados com aviões, clicando nas setas. [Imagens: iStock]
1. Número de pilotos Durante o voo, os passageiros ouvem somente a voz de um piloto pelo altifalante – o que não quer dizer que só exista um piloto a bordo. De acordo com Dan Boland, piloto de avião e fundador do site de viagens Holidayers, tanto o piloto como o co-piloto são aptos para pilotar um avião. «A única grande diferença entre os dois pilotos é que, geralmente, o capitão [piloto] tem mais experiência na companhia aérea e, em última análise, é o responsável número um pela tripulação e pela segurança dos passageiros», explicou Boland à Reader's Digest. [Imagem: iStock]
2. Tempestades provocam queda de aviões Existem condições climatéricas que dificultam a pilotagem do avião. Porém, este meio de transporte foi projetado para ser atingido por raios. Sabia que, pelo menos uma vez por ano, isso acontece a cada aeronave ou uma vez em cada mil horas de voo? Isso não é sinónimo de acidente, já que desde 1963 não cai um avião por isso. [Imagem: iStock]
3. O desagradável mito sobre a casa de banho dos aviões Está na hora de pôr fim a um dos mitos mais desagradáveis sobre os aviões: os pilotos não esvaziam o reservatório da casa de banho do avião durante o voo. [Imagem: iStock]
4. Porta de emergência Quando viaja de avião tem medo que algum passageiro se lembre de abrir a porta de emergência durante o voo? Não se preocupe. De acordo com Boland, para abrir esta porta é preciso uma «força sobre-humana» e, por isso, é impossível que algum viajante consiga abri-la. [Imagem: iStock]
5. Ar da cabine São muitas as pessoas que pensam que o ar da cabine pode ser prejudicial para a saúde porque 'recicla' os germes dos passageiros. Isto é mito. Segundo Boland, o ar da cabine é trocado a cada três minutos, passando por filtros que removem as bactérias quase na totalidade. [Imagem: iStock]
6. Piloto automático Um dos mais antigos mitos sobre aviões está relacionado com o funcionamento do piloto automático. «Muitas pessoas acham que os aviões são realmente pilotados pelo piloto automático», afirmou Mattt Guidice à revista Reader's Digest. Na realidade, isto não acontece. Existe sempre um humano a controlar o avião. [Imagem: iStock]
7. Segurança dos aviões pequenos Os aviões mais pequenos (habitualmente particulares) são mais perigosos que os aviões comerciais? Não, isto não é verdade. Na realidade, e segundo William Herp, CEO da Linear Air Taxi, a segurança de um voo está mais relacionada com a destreza do piloto do que com a dimensão do transporte aéreo. [Imagem: iStock]
8. Furo na janela Quem já encostou a cabeça à janela de um avião para ver a paisagem deve ter reparado num pequeno orifício na base da mesma. Existe para regular a pressão da cabina. A maior parte das janelas são compostas por três painéis em acrílico. O exterior protege-nos dos elementos e mantém a pressão; o segundo funciona como segurança para o caso de o primeiro se partir; o terceiro tem o tal furo para que a pressão não danifique o acrílico do meio. Não há que ter receio deste 'furinho'. [Imagem: iStock]
9. Máscaras de oxigénio Há quem pense que as máscaras de oxigénio dos aviões não têm, de facto, oxigénio disponível para os passageiros. Não é verdade. Na realidade, em caso de despressurização da cabina as máscaras de oxigénio caem do teto. Não é mentira, mas as máscaras só têm capacidade para 15 minutos de oxigénio. Não se assuste, esse tempo deverá ser suficiente para o avião descer até uma altitude em que as máscaras deixem de ser necessárias.
10. Limpeza do avião Costuma colocar o lixo no bolso do assento à sua frente quando viaja de avião? De acordo com a ex-comissária de bordo Laurie, «os aviões não são limpos após cada voo». A profissional assegura que, na realidade, «são limpos uma vez por dia». Por isso, da próxima vez que viajar, certifique-se que entrega os papeis e as embalagens da comida quando os comissários de bordo passarem com o caixote do lixo pelo corredor do avião. [Imagem: iStock]

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Há uns anos era imperativo desligar os telemóveis antes da descolagem de um avião – e, com medo do que poderia suceder se os deixassem desligados, todos (tirando os mais esquecidos) o faziam.

Hoje em dia já não é bem assim. Nas instruções de voo, é apenas pedido que se coloque o telefone e os restantes aparelhos eletrónicos em modo de voo. Mas se não o fizer, o que acontece realmente?

A ideia da maioria dos passageiros é de que os telemóveis interferem com os instrumentos de navegação e que podem até causar um acidente. Será verdade?

«Betty», uma assistente de bordo anónima que deu uma entrevista à revista Vice sobre a vida nos bastidores dos aviões, pensa que não. «Ninguém desliga os seus telefones. Eu própria não o faço. Todas essas instruções são apenas preventivas. (…) Mantenho-o ligado. Ninguém se importa e ninguém vai verificar», afirma Betty.

Patrick Smith, um piloto dos Estados Unidos e autor do Cockpit Confidential, assume uma posição menos blasé, mas concorda que a regra é mais uma das práticas cautelosas. «Poderá um dispositivo móvel interferir com o voo? Depende do dispositivo e de como, e quando, esse dispositivo é usado», diz Patrick.

Dando o exemplo dos computadores portáteis, afirma que, embora um computador antigo possa emitir energia prejudicial, o seu maior risco é o facto de ser «um objeto projetável a grande velocidade durante uma desaceleração ou um impacto súbito».

Mas será que, relativamente aos telemóveis, «as comunicações móveis podem realmente interferir com o equipamento do cockpit? A resposta é que potencialmente sim, mas com muitas probabilidades de que não interfiram. As companhias aéreas e a Administração Federal de Aviação (FAA ) preferem apenas prevenir do que remediar», acrescenta.

«A eletrónica dos aviões foi projetada tendo em consideração as possíveis interferências, o que deve atenuar qualquer efeito negativo – até à data não há casos provados de que um telemóvel tenha afetado negativamente um voo. Mas nunca se sabe», continua.

O potencial das interferências dos telemóveis com o sistema eletrónico dos aviões não existe apenas quando este está a ser usado, mas também quando está parado dentro das malas ou nos bolsos, razão pela qual o modo de voo deve ser ativado, mesmo que os passageiros não tenham intenção de utilizar o telefone durante todo o voo.

Smith reconhece que, apesar do pedido claro no início de cada voo, «pelo menos metade dos telefones, seja por esquecimento ou preguiça, são deixados ligados durante o voo». No entanto, acrescenta que se os telemóveis fossem assim tão importantes para a navegação aérea, a política aplicada seria mais rígida.

Contudo, há pelo menos dois incidentes graves em que os telemóveis estiveram implicados: primeiro, o acidente não resolvido de um avião Crossair, na Suíça, em 2000, quando transmissões falsificadas confundiram o piloto automático; segundo, um acidente fatal em Christchurch, Nova Zelândia, em 2003. Mas estes são casos extremos.

O blogue de um certo piloto alega que a interferência causada por sinais dos telemóveis é registada nos fones do cockpit, da mesma maneira que muitas pessoas já ouviram interferências nas suas chamadas provocadas por outros aparelhos eletrónicos.

«Não é crítico a nível de segurança, mas é bastante irritante. Claro que não afeta da mesma maneira o rádio dos pilotos. No entanto, se 50 pessoas a bordo não ativaram o modo de voo, haverá 50 telefones constantemente à procura de antenas de telemóveis utilizando o máximo de energia», afirma o piloto.

Assim, tecnicamente os telefones podem eventualmente interferir com os instrumentos do avião, mas apenas a um pequeno nível.

Percorra a fotogaleria acima para conhecer alguns mitos sobre os aviões que têm que ser desvendados – vai ficar surpreendido!

Imagem de destaque: iStock/D.R