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Que nacionalidade tem um bebé que nasce a bordo de um avião?

Veja as fotografias e conheça estas sete dicas práticas, clicando nas setas. [Imagem: Shutterstock]
1. De pequenino é que se... começa a fomentar o gosto por viajar. Não precisa de ser para o estrangeiro mas sempre que possível ir a novos lugares, estar em contacto com pessoas desconhecidas. À medida que a criança for crescendo torna-se mais difícil fazer entender que tem de estar sentada no carro durante muitas horas seguidas ou que terá de dormir sem ser na sua cama. Por isso, quanto mais cedo começar, menos irá estranhar...
2. Ser o mais relaxado e flexível possível durante as viagens, pois essa descontração passa para a criança.
3. Seja qual for a idade da criança é necessário prepará-la e envolvê-la na viagem – seja curta ou longa. Deixar a criança entusiasmar-se pela viagem que a família está prestes a fazer. Mostrar o mapa-mundo, o país (ou países) para onde vamos, o que podemos fazer em cada lugar. Levar caderno, lápis ou até mesmo uma máquina fotográfica própria para a idade para ela ir registando o que lhe apetecer.
4. Levar o mínimo de bagagem possível e ir comprando à medida das necessidades. Se a viagem for longa, tentar viajar por países que tenham o mesmo clima. Fraldas, comida de bebé, roupas, compram-se em qualquer lado do globo. Imprescindível é levar aqueles objetos de conforto como a fraldinha ou o boneco eleito para adormecer.
5. Aqui chegado quem nos lê pensa: «Ok, isto é tudo muito bonito, viajar todos queremos, o problema é que nem todos podemos.» A parte sobre como se financia a viagem é fundamental. E escolher bem o destino: Estados Unidos, Austrália, Japão e Norte da Europa são opções que rebentam orçamentos, ao passo que Ásia ou América Central, com um custo de vida inferior a Portugal, permitem viajar mais desafogadamente.
6. Ainda sobre os gastos. É aconselhável definir à partida um orçamento diário ou semanal, contando com extras para emergências. Para poupar, a melhor sugestão é acampar sempre que possível e cozinhar as refeições. Arrendar apartamentos ou mesmo quartos em casas de famílias com crianças pequenas permite fazer «três em um»: poupar dinheiro, ter a experiência de viver como locais, enquanto os pequenos se divertem com novos amigos.
7. A saúde é o assunto que suscita maiores preocupações quando falamos em viajar com crianças, especialmente quando são muito pequenas e os destinos são longínquos. Marcar consulta com o pediatra habitual da criança é útil e previne possíveis situações. Dependendo da região do globo para onde se vai, a visita à consulta do viajante é imprescindível, bem como tomar as vacinas obrigatórias e pedir prescrições de medicamentos variados (reidratantes orais, antidiarreicos, antialérgicos, antibióticos de largo espectro). Um seguro adequado à viagem que se vai fazer também é vital.

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Apesar de raros, continuam a acontecer nascimentos de bebés durante ligações aéreas. E não é nada de novo. Então e se um bebé nascer a meio de um voo, com que nacionalidade fica?

Shona Owen nasceu durante uma ligação aérea e tem um dos passaportes mais peculiares do mundo. No passaporte, por baixo do local de nascimento, em vez do nome de uma cidade pode ler-se «num avião a 16 quilómetros a sul de Mayfield, Sussex». O que o documento não explica é que esta mulher nasceu a 2 133 metros de altitude, na cabine de primeira classe de um Boeing 747.

Agora com 26 anos, Shona é uma das poucas pessoas a nascer dentro de um avião. Para celebrar o nascimento da criança os pais deram-lhe o nome de Shona Kirsty Yves – as letras inicias de cada nome perfazem a palavra SKY, que em português significa céu.

Em 1991, a mãe de Shona, Deborah Owen, viajava do Gana para o Reino Unido quando entrou em trabalho de parto, seis semanas antes do previsto. Deborah avisou o capitão da situação quando sobrevoava a Argélia mas não conseguiu aguentar até chegar ao destino. Após passar Paris a mulher entrou em trabalho de parto, sendo auxiliada por um médico holandês que se encontrava a bordo e pela tripulação.

Em conversa com o jornal britânico The Guardian, em 2014, Deborah confessou: «Sabia que não conseguia aguentar muito mais. (…) Quando o capitão finalmente me disse que tínhamos passado Paris, soube que o bebé não ia aguentar mais». A mãe de Shona acrescentou ainda: «Quando o capitão anunciou mais um passageiro a bordo todos aplaudiram e até champanhe foi servido. Meia hora depois aterrávamos em Gatwick».

É comum existir nascimentos a bordo de aviões?

Mesmo sendo um acontecimento raro, Shona Owen não foi a primeira nem a ultima criança a nascer a bordo de um avião, durante uma ligação aérea.

Em 2017, Nafi Diaby viajava com a Turkish Airlines da Guiné Conakry para o Burkina Faso quando entrou em trabalho de parto, momentos após a descolagem. A pequena criança nasceu a 12 801 metros de altitude com o auxilio da tripulação e de outros passageiros.

A Virgin Atlantic contou que houve dois nascimentos de crianças a bordo dos seus aviões – o primeiro foi em 2004. Um porta-voz da companhia explicou: «O primeiro foi há 14 anos e a senhora batizou-a de Virginia (…) assim demos o nome de ‘Avião da Virgina’ a uma das nossas aeronaves». Por outro lado, fonte da companhia aérea British Airways afirmou que «ao longo dos anos já tivemos alguns nascimentos a bordo, mas nada recentemente».

A maior parte das companhias aéreas dá formação básica aos membros da tripulação sobre o que fazer durante um trabalho de parto. No entanto, as companhias têm diferentes regras para permitirem mulheres grávidas viajarem.

A Ryanair normalmente solicita um atestado médico a grávidas com mais de 28 semanas. Segundo o Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido, «a maioria das companhias aéreas não permite que se viaje após as 36 semanas de gravidez, ou 32 semanas se estiver à espera de mais do que um filho».

Como se decide a nacionalidade do bebé?

Uma das razões que levou Deborah Owen a viajar grávida para o Reino Unido foi para tentar que a filha recebesse nacionalidade britânica. O registo de nascimento acabou por ser realizado pela Autoridade Nacional de Aviação inglesa e Deborah alcançou o que queria.

Segundo um especialista em casos de imigração da Visa and Migration, Vaibhav Tanwar, se o bebé nascer sobre águas internacionais ou sobre um país que não tenha nenhuma relação com a mãe, é preciso ter alguns fatores em consideração – «Se o voo é proveniente de um país que assinou o tratado da Convenção de Redução de Apátridas, a criança irá ter a nacionalidade de onde o avião foi registado» acrescenta Vaibhav.

O especialista explica que, caso o país não faça parte deste tratado, «a localização internacional do avião vai ser a nacionalidade atribuída ao bebé. (…) Se uma criança nascer no espaço aéreo dos EUA vai receber a nacionalidade americana, mas se o país não o permitisse iria receber a nacionalidade do pai ou da mãe».

Este problema rege-se por dois princípios essenciais – o jus sanguinis, direito de sangue, e o jus soli, direito de solo. O primeiro diz que a criança recebe a mesma nacionalidade do pai ou da mãe e, por outro lado, o segundo contempla que recebe a nacionalidade do território onde nasce.

Quem nasce a bordo de um avião tem viagens gratuitas?

A dada altura pensava-se que as crianças que nasciam durante uma ligação aérea recebiam voos gratuitos. Mas isso não é verdade. Apenas algumas companhias oferecem, ocasionalmente, voos vitalícios para quem nasce a bordo dos seus aviões.

No aniversário de 18 anos da jovem Shona Owens, a British Airways ofereceu duas viagens grátis para qualquer parte do mundo. A Virgin Atlantic também já afirmou que não oferece voos vitalícios às crianças que nascem a bordo dos seus aviões.

As únicas companhias aéreas que até ao momento oferecem viagens gratuitas são a Asia Pacific Airlines, AirAsia e Polar Airlines. Tome nota!

Conheça sete dicas práticas para viajar com crianças a bordo de um avião, na fotogaleria acima.

Imagem de destaque: Shutterstock/D.R